Samba de Orly

Quando da piccolo mi veniva la febbre e il medico mi prescriveva siringhe, aiutavo sempre mio padre a prepararle. Con mio padre rompevo il flacone di vetro, aspiravo il liquido con la siringa e lo riversavo nell’altra boccetta, quella con la polvere (mi piaceva un sacco bucare con l’ago il tappo di gomma della boccetta), agitavo e finalmente lo riaspiravo con la siringa.

Poi scappavo.

Avevo questo ricordo in mente mentre ero in aeroporto a Rio de Janeiro. Avevo salutato gli amici, fatto il check-in, posato i bagagli e poi, quando ero li li per imbarcarmi mi è tornato il vecchio desiderio di scappare.. ma, come quando ero piccolo e sapevo che non c’era scampo alla puntura, sapevo che mi toccava ficcarmi in aereo e dover lasciare il mio amato Brasile.

La settimana prima di tornare a Rio, avevo in mente una canzone di Chico Buarque, Samba de Orly. La canticchiavo da solo, negli autobus, mentre viaggiavo verso est…

Vai, meu irmão (vai fratello mio)
Pega esse avião (prendi quest’aereo)
Você tem razão de correr assim (hai ragione a correre così)
Desse frio, mas beija (…ma bacia)
O meu Rio de Janeiro (la mia Rio de Janeiro)
Antes que um aventureiro (prima che un avventuriero)
Lance mão (se ne appropri)

Pede perdão (chiedile scusa)
Pela duração dessa temporada (per la durata della mia assenza)
Mas não diga nada (ma non dirle)
Que me viu chorando (che mi vidi piangere)
E pros da pesada (…)
Diz que vou levando
Vê como é que anda
Aquela vida à toa
E se puder me manda (e, se puoi, mandami)
Uma notícia boa (una notizia buona -dimmi se posso tornare-)

La canzone è riferita all’esilio di Chico Buarque al tempo della dittatura militare in Brasile (finta circa 30 anni fa), che saluta l’amico che torna a Rio mentre lui è costretto a rimanere lontano (in Europa).. il contesto non c’entra nulla con la mia situazione, ma, chissà perché, sembrava che quella canzone parlasse direttamente a me.. quasi mi veniva da piangere!

A Roma, ore e ore dopo, tornavo con il treno che mesi prima mi aveva portato in aeroporto, e mi sembrava come di viaggiare indietro nel tempo, una sensazione stranissima.

Ps. per fortuna sto mangiando una quantità di cozze incredibile che mi sta tirando su il morale (riso cozze e zucchine, cozze crude col limone, spaghetti con le cozze). Sono proprio pugliese!

PAROLA DEL GIORNO: v Despedir-se (congedarsi, dirsi addio)

Quando eu era criança e estava com febre o medico sempre prescrevia as seringas. Eu ficava sempre ajudando meu pai para prepa-las. Com ele eu quebrava o contenedorzinho de vidro, tirava o liquido com a seringa e o derramava no outro contenedorzinho, aquelo com a pó dentro (gostava muito de furar com a seringa a capa de borracha do contenedor). Depois fugia. Estava com esta lembrança na cabeça enquanto estava no aeroporto em Rio de Janeiro. Já tinha saudado os amigos, feito o check-in, deixado as malas e depois, enquanto estava mesmo pra entrar no avião voltou o velho desejo de fugir.. mas, mesmo quando era criança e sabia que não tinha saída, sabia de não ter escolha.. tinha chegada mesmo a hora de deixar meu amado Brasil. A semana antes que voltar pra Rio, tinha em mente uma canção de Chico Buarque, Samba de Orly. Acho que tinha cantado esta musica milhões de vezes quando estava sozinho nos ônibus viajando para o este… Vai, meu irmão Pega esse avião Você tem razão de correr assim Desse frio, mas beija O meu Rio de Janeiro (…) Pede perdão Pela duração dessa temporada Mas não diga nada Que me viu chorando (…) Vê como é que anda Aquela vida à toa E se puder me manda Uma notícia boa Todos os brasileiros conhecem esta canção, fala sobre do exílio de Chico Buarque quando o Brasil estava sob a ditadura militar, e ele saúda o amigo que está voltando para Rio enquanto ele está forçado a ficar longe do país dele .. o assunto real da canção não há nada a ver com minha situação, mas parecia que aquela musica estivesse falando direito pra mim.. quase chorava! Uma vez chegado em Roma, horas depois, estava voltando na cidade daquele trem que, meses antes, me levou para o aeroporto, e parecia como viajar atrais no tempo, uma sensação muito estranha. Ps. Agora estou comendo tão sururus (típico da minha região aqui no sul da Itália) que está matando um pouco a saudade!!

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